Preço do milho se mantém elevado em 2025 apesar da safra recorde
Mesmo com produção histórica no Brasil, estoques baixos, demanda firme e ajustes de oferta sustentaram as cotações ao longo do ano
O preço do milho em 2025 permanece elevado no Brasil, mesmo com safra recorde. Foto: Canva
O preço do milho em 2025 se manteve em patamares elevados no Brasil, mesmo diante de uma oferta recorde. Ao longo do ano, as cotações superaram os níveis de 2024 em boa parte dos meses.
Considerando o agregado das três safras 2024/25, a produção brasileira atingiu 141 milhões de toneladas. O volume representa alta de 22% frente à temporada anterior.
Esse avanço ocorreu, principalmente, devido ao forte crescimento da segunda safra. O aumento da produtividade foi o principal fator de impulso.
Cenário internacional segue equilibrado
No mercado global, a oferta mundial de milho permaneceu praticamente estável entre as safras 2023/24 e 2024/25. As perdas registradas em alguns países foram compensadas por ganhos em outros.
Enquanto Rússia, Estados Unidos e Ucrânia reduziram a produção, Brasil, China e Índia ampliaram a oferta. Assim, o balanço global se manteve ajustado.
Estoques baixos sustentam preços no início do ano
No começo de 2025, apesar da expectativa de maior produção, o mercado doméstico sentiu o impacto do estoque de passagem reduzido. Em janeiro, o volume foi estimado em apenas 1,8 milhão de toneladas.
Além disso, a demanda interna seguiu aquecida. Ao mesmo tempo, vendedores pediam preços mais altos. Somaram-se, ainda, dificuldades logísticas.
Como resultado, os preços do milho avançaram no primeiro trimestre do ano.
Avanço da colheita pressiona cotações
Nos meses seguintes, porém, o cenário mudou. Com o avanço da colheita da safra de verão, a maior disponibilidade passou a pressionar as cotações.
Além disso, o bom desenvolvimento da segunda safra, favorecido pelo clima, reforçou as expectativas de uma colheita volumosa. Esse fator intensificou a pressão sobre os preços internos.
No início do segundo semestre, as cotações seguiram em queda. Nesse período, muitos consumidores reduziram as compras, à espera de novas desvalorizações.
Restrição de oferta volta a sustentar preços
Ao mesmo tempo, as exportações avançaram de forma mais lenta. Com isso, e com a colheita da segunda safra em andamento, vendedores passaram a mostrar maior flexibilidade nas negociações.
No entanto, a partir de outubro, o movimento se inverteu. Produtores passaram a restringir a oferta no mercado spot.
Consequentemente, os preços voltaram a se sustentar até meados de dezembro. Agentes do mercado relataram dificuldades na recomposição de estoques.
